
É tramado quando a irracionalidade e a suposição gratuita cegam o discernimento das pessoas. Aí reside um perigo e as pessoas tornam-se capazes das maiores desumanidades.
As pessoas agem e fazem os seus julgamentos apoderados/as pelas emoções que os/as dominam e cavalgam sobre o seu discernimento como tornados.
Enquanto a guerra aberta aos outros (que não suportam) são palavras, que podem ferir, (se os outros permitirem) é um mal menor, há os casos daqueles, que têm nas suas mãos o poder de decisões que podem afectar a Família, a Empresa ou um País. Nessas escalas sim, as consequências são ainda mais brutais.
Já tiveram uma conversa ou discussão com alguém cego pela irracionalidade?
É um desperdício de tempo e de energia, porque esse alguém entende apenas o que quer com base na (estreita) bagagem do seu espírito e das suas vivências.
Podemos dialogar procurando explicar ou esclarecer uma dada situação, e a única coisa que esse alguém percebe é o balbuciar das palavras. É mesmo tramado, por causa da irracionalidade se declaram guerras pessoais que não têm lógica nenhuma.
A sociedade estimula-nos para o cultivo do conhecimento (a ciência, a tecnologia, a cultura, o mundo, etc.). No entanto e ao mesmo tempo, dedicamos pouco tempo ou quase nenhum para o autoconhecimento, sendo esta parte de nós pelo menos tão importante.
Esquecemo-nos que o cultivo do bem-estar físico, mental, espiritual e afectivo são chaves para uma vida equilibrada.
Actualmente estou numa situação profissional, que requer (para já) um trabalho mais solitário. Por isso, tem sido muito o tempo que tenho passado comigo.
Por isso, o tempo de confronto comigo mesma, com as minhas fragilidades e com as minhas forças, de autoconhecimento enfim, além de outros ganhos, já fizeram valer a pena este período.
Ocorre-me a imagem de pessoas que frequentam o ginásio e querem ter uma boa saúde física dedicando assim maior atenção à alimentação e aos exercícios, para alcançar os objectivos definidos.
Tenho aprendido neste período de trabalho que devíamos treinar os nossos espíritos como se de um músculo se tratasse. Dá luta treinar o espírito, mas vale a pena o esforço.
Quando dedicamos tempo a conhecer-nos, e a tomar consciência das nossas fraquezas e das nossas forças, descobrimos que é dentro de nós que reside, muitas das vezes a resolução de alguns grandes problemas, e que temos um tesouro imensurável connosco que desconhecíamos.